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TUATARA (Sphenodon punctatus): UM RÉPTIL BEM CURIOSO!

Texto: Carolayne Santino da Silva


Figura 1. Sphenodon punctatus (Tuatara). Fonte: John David Curlis, 2020.


À primeira vista, é muito fácil confundir um tuatara com um lagarto. Mas, você sabia que as tuataras não pertencem nem sequer à mesma ordem dos lagartos? É isto mesmo! Os nossos conhecidos lagartos e serpentes pertencem à ordem Squamata (escamados), já os tuataras são da ordem Rhynchocephalia, estes dois grupos têm pelo menos 230 milhões de anos de divergência! Vamos conhecer um pouco mais de curiosidades sobre este animal incrível?


A espécie Sphenodon punctatus, é a única representante viva da ordem e é endêmica da Nova Zelândia, sendo restrita especificamente a 40 ilhas. Os machos são diferentes das fêmeas, ou seja, possuem dimorfismo sexual. Este fato é importante visto que os tuataras machos, quando cortejam uma fêmea, erguem a cabeça e evidenciam os "espinhos" que recobrem a cabeça e se estendem pelo corpo.

Figura 2. Tuatara macho Fonte: Lamar et al., 2021.


Outro fato muito curioso tem a ver com o modo reprodutivo da espécie. Os machos não possuem o órgão copulatório (hemipênis). No momento de acasalar, ele sobe sobre a fêmea e força sua cauda com a dela fazendo com que suas cloacas fiquem mais próximas e então, acontece a transferência de espermatozoides.

Figura 3. Macho e fêmea de tuatara acasalando. É possível observar como as caudas se entrelaçam fazendo com que as cloacas se encontrem. Fonte: Lamar et al., 2021.

Quando ficam prenhas, as fêmeas saem para encontrar um local adequado para fazer seus ninhos e podem fazer isto todos os dias até encontrarem um lugar perfeito. De todos os répteis, os tuataras têm o período de incubação mais longo, podendo chegar a 16 meses.


Outras curiosidades - Olho parietal: assim como outros répteis, esta estrutura conhecida como “terceiro olho” fica no topo da cabeça e tem a função fotorreceptora (percepção de luz), o que os ajuda a encontrar fontes de calor. Não possuem ouvidos externos: diferente dos lagartos, nos tuataras não é possível visualizar as aberturas dos ouvidos, visto que estes ficam embaixo da pele. “Espinhos” dorsais: na verdade, os tuataras não possuem espinhos verdadeiros nas costas mas sim, dobras de pele que formam cristas triangulares que vão do dorso até a cauda.

Figura 4. Sphenodon punctatus. A) localização do ouvido externo sob a pele, B) localização do olho parietal e C) “espinhos” dorsais Fonte: Lamar et al., 2021.

Etimologia


O curioso nome “tuatara” significa “costas espinhosas” e foi dado pelo povo maori - o povo nativo da Nova Zelândia. O nome do gênero Sphenodon deriva do grego “sphenos” e significa “cunha” fazendo alusão ao formato do focinho do réptil. O que vocês acharam desta espécie? Realmente curioso, não é?

Referências

BLANCHARD B.. Tuatara captive management plan and husbandry manual: threatened species occasional publication 21. Wellington, New Zealand. Department of Conservation. 2002.

LAMAR, S. K. et al. Initial collection, characterization, and storage of tuatara (Sphenodon punctatus) sperm offers insight into their unique reproductive system. PLoS ONE. v. 16, n. 7, p. 1-20. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0253628. Acesso em: 2 mar. 2022.

RHEUBERT, J. L. et al. Reproductive morphology of the male Tuatara, Sphenodon punctatus. Acta Zoologica. v. 94, n. 4, p. 454-461. 2012. , Disponível em:

THE REPTILE DATABASE. Sphenodon punctatus. 2022. Disponível em: https://reptile-database.reptarium.cz/species?genus=Sphenodon&species=punctatus. Acesso em: 2 mar. 2022.

UNG, C. Y. J. & MOLTENO, A. C. B. An enigmatic eye: the histology of the tuatara pineal complex. Clinical and Experimental Ophthalmology. v. 32, n. 6, p. 614-618. 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1442-9071.2004.00912.x. Acesso em: 2 mar. 2022.

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