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S.O.S TARTARUGA: EFEITOS DAS “HUMANICES”


Texto: Izadora Silveira


Você sabia que nossos atos do dia-a-dia podem influenciar muito na vida das tartarugas marinhas? Pois bem, diversas ações humanas podem pôr em risco a vida desses animais, e dentre as mais conhecidas está o grande acúmulo de plástico nos oceanos. Esse material leva de 50 a 200 anos até sua total desintegração. Além disso, sua ingestão pode causar tumores ou ainda causar acidentes como sufocamento e alterações no formato do corpo do animal.


Casco de cágado deformado devido à pressão exercida por plástico. Fotografia: BBC News.


Das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo, cinco delas podemos encontrar aqui no Espírito Santo: a cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-verde (Chelonia mydas) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Todas elas são consideradas ameaçadas a partir da análise da União Internacional de Conservação da Natureza e Recursos Naturais, cuja sigla em inglês é IUCN.


Lazer x impacto

É muito comum dirigirmos nossos carros pela orla, sem pensar que as tartarugas podem desovar bem ali ao lado, na praia. Para reduzir esse impacto, existe a fiscalização nos locais de desova para proteção dos ninhos, além de cercas para evitar que os motoristas estacionem em áreas próximas, porém, mesmo assim, muitos desrespeitam esta ação, cometendo crime ambiental e infração de trânsito.


O difícil caminho até o mar

A tartarugas investem grande energia para produzirem grande uma quantidade de ovos, ao invés de gastarem seu tempo cuidando de pouco os filhotes. Em biologia chamamos essa estratégia de “R”. Dessa maneira, os filhotes são numerosos, mas possuem uma baixa taxa de sobrevivência, uma vez que são vulneráveis a ataques de animais e ações humanas que podem deixar a população ainda mais decadente. Quando dirigimos na areia da praia podemos destruir os ninhos, matando os filhotes, ou ainda podemos fazer com que os filhotes não consigam se mover após a eclosão dos ovos e irem em direção ao mar, já que a areia estará muito compactada.


Se após a eclosão dos ovos não existir dificuldade para a locomoção do filhote, que geralmente ocorre durante a noite para evitar predadores e altas temperaturas, ainda existe o problema da iluminação. A iluminação pública e as lanternas de carros enganam os filhotes na hora da migração para a água. Por quê? Eles seguem o reflexo das estrelas e da lua na água para encontrar seu caminho até o mar e o brilho da cidade compete com este reflexo e desorienta o filhote, que pode ir em direção contrária à da água.



Tartaruga confundindo alimento com sacola plástica. Ilustração: Láyra Santa Rosa.


Como preservar?

É importante que façamos Educação Ambiental e que se aplique ações à realidade do cotidiano. Não cabe a nós fazer o impossível, mas com pequenas ações podemos colaborar para a preservação de muitas espécies. Leve o seu canudo inox ou não utilize canudo algum, fique atento aos avisos existentes em placas sobre a presença de áreas de desova na praia. O conhecimento é um fator importante nessa hora, pois para exercer esse dever é preciso desenvolver uma consciência ambiental e consumo consciente para que se se preserve a biodiversidade. Desta forma, as futuras gerações poderão conhecer esta riqueza e também preservá-la.


Fibropapilomatose desenvolvida pela ingestão de microplásticos. Fotografia: Projeto Tamar.


Referências

Bbc News. (2015). A triste história da tartaruga deformada pela poluição. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150612_tartaruga_poluicao_rm> Acesso em: 13 de agosto de 2019.

Browne, M. A.; Crump, P; Niven, S. J; Teuten, E; Tonkin, A.; Galloway, T; Thompson, R. 2011. Accumulation of microplastic on shorelines worldwide: sources and sinks. Environmental Science & Technology v. 45, p. 9175– 9179, 2011.

Derraik, J. G. B. 2002. The pollution of the marine environment by plastic debris: a review. Marine Pollution Bulletin, v. 44, n. 9, p. 842–852.

IUCN Red List of Threatened Species. 2008. Disponível em: <https://www.iucnredlist.org> Acesso em: 13 de agosto de 2019.

Musick, J. A., E Limpus, C. J. 1997. Habitat utilization and migration in juvenile sea turtles. In: P. L. Lutz & J. A. Musick (Eds.), The Biology of Sea Turtles p. 137–164. CRC Press, Boca Raton, Fla. Projeto Tamar. Espécies. 201_. Disponível em: <https://www.tamar.org.br/especies.php?cod=98> Acesso em: 13 de agosto de 2019.

Projeto Tamar. In: Izabela Coelho [201_]. Euquerobiologia. Tartarugas-marinhas: principais ameaças. Disponível em: <http://www.euquerobiologia.com.br/2017/05/tartarugas-marinhas-principais-ameacashtml> Acesso em: 13 de agosto de 2019.

Rosa, L. S. (2011). Plástico é uma ameaça às tartarugas. Global Garbage. Disponível em: <http://www.globalgarbage.org/praia/2011/11/13/plastico-e-uma-ameaca-as-tartarugas/> Acesso em: 13 de agosto de 2019.


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