top of page

HOT N COLD: O QUE ACONTECE COM OS ANFÍBIOS ANUROS DURANTE TEMPERATURAS EXTREMAS?

Texto: Carolayne Santino da Silva


Nos dias mais quentes do ano, é comum nos refrescarmos com bastante água gelada, usar roupas leves e relaxar debaixo de uma sombra ou mesmo passar um bom tempo em frente ao ventilador. Enquanto que nos dias muito gelados, utilizamos agasalhos grossos, tomamos uma sopa quentinha ou simplesmente ficamos debaixo das cobertas. Bem, isso parece até simples para nós humanos, visto que somos animais endotérmicos (“sangue quente”) e temos capacidade de utilizar recursos e nos beneficiar das condições para manter constante nossa temperatura corporal (homeostase). E como fazem os animais pecilotérmicos? Esse termo refere-se aos animais de “sangue frio” e significa que esses animais não regulam a própria temperatura corporal (peixes, anfíbios e répteis).


Nesta matéria, iremos falar especificamente dos anuros e focar em duas espécies, dando exemplo de como elas se adaptam à altas e baixas temperaturas: Rana sylvatica e Cyclorana australis.


Durante invernos rigorosos, anfíbios anuros podem evitar o congelamento (fluidos corporais continuam líquido mas em temperatura baixa) ou tolerar as baixas temperaturas, como no caso da espécie Rana sylvatica, um dos poucos anfíbios que têm a capacidade fisiológica de tolerar o congelamento. E como isso ocorre? Bem, tudo envolve processos fisiológicos complexos, mas de maneira resumida, esta espécie mantém apenas o seu citoplasma em estado líquido enquanto todo o resto do corpo é congelado, retornando somente com a chegada da primavera. Parece loucura, mas é real!

Imagem 1 - Foto da espécie Rana sylvatica. Foto: William Flaxington, 2006.


Quando o clima é de temperatura alta, existem outras estratégias utilizadas pelos anfíbios para reter o líquido e não desidratar. É o caso da espécie Cyclorana australis. Na estação seca, esta espécie abriga-se dentro de tocas na terra e com a própria epiderme que descama, forma-se um um "casulo" que envolve todo o anuro impedindo que a água armazenada durante a estivação evapore. Um fato curioso também é que esta espécie de casulo é praticamente impermeável, fazendo com que seja eficiente o armazenamento de água, impedindo que ocorra estresse hídrico.

Imagem 2 - Foto da espécie Cyclorana australis. Foto: Ryan J. Ellis, 2016.


E então, galera, curtiram saber sobre esses mecanismos? É realmente muito curioso e interessante, não é?


Referências


ELIBTIPS. Estivação. 2022. Disponível em: https://elib.tips/estivaao.html. Acesso em: 04 jul. 2022.


GROFF, Luke A.; CALHOUN, Aram J. K.; LOFTIN, Cynthia S.. Hibernal Habitat Selection by Wood Frogs (Lithobates sylvaticus) in a Northern New England Montane Landscape. Bioone, [s. l], v. 50, n. 4, p. 559-569, dez. 2016. Disponível em: https://bioone.org/journals/journal-of-herpetology/volume-50/issue-4/15-131R1/Hibernal-Habitat-Selection-by-Wood-Frogs-Lithobates-sylvaticus-in-a/10.1670/15-131R1.short. Acesso em: 04 jul. 2022.


TRACY, Christopher R. et al. Ecology of Aestivation in a Cocoon-forming Frog, Cyclorana australis (Hylidae). Copeia, [s. l], v. 4, p. 901-912, dez. 2007. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/250067642. Acesso em: 04 jul. 2022.

302 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page