Texto: Giulia S. Marchiori
O seu primeiro pensamento pode ser: “Se arrastando!”, mas que tal ir mais fundo na resposta?
Figura 1. A imagem mostra uma Thamnodynastes nattereri, conhecida como cobra-espada em movimento. Localidade: Santa Teresa, ES. Autor: Thiago Silva Soares.
Vamos pensar anatomicamente, as serpentes não possuem patas, mas mesmo assim costumam se movimentar rapidamente, mas como isso acontece? A maior parte desses animais se locomovem fazendo ondulações laterais do corpo, isso é possível por acontecerem contrações de músculos que ficam em lados opostos da coluna vertebral. Essas contrações ocorrem em ciclos, que começam da cabeça e vão até a cauda. Esse movimento é comumente chamado de serpentina.
Figura 2: GIF produzido pela diretora de ilustração do Herpeto Capixaba, Emili Lima, mostrando o movimento serpentina.
Mas e as serpentes que não usam desse mecanismo? Bom, alguns desses animais apresentam um corpo mais pesado, o que dificulta essas ondulações laterais, então se utilizam do movimento retilíneo, as contrações que ocorrem nesses casos são na superfície ventral do corpo, formando ondas que vão percorrer todo o corpo na direção cabeça-cauda, o que vai impulsionar esse animal para frente ou até mesmo para cima.
Existem também adaptações bem interessantes na locomoção de algumas espécies como, por exemplo, a movimentação conhecida como “alças laterais”, que é quando elas mantêm apenas dois pontos de apoio durante a movimentação na areia extremamente quente. Ainda, algumas cobras marinhas possuem a cauda achatada, adaptação que ajuda a direcionar seu percurso, tal como um leme de barco.
Agora você pode responder a pergunta “como as serpentes se movimentam?” de forma mais completa, sem apenas dizer que elas se arrastam.
Referências
FRAGA, R. et al. Guia de cobras da região de Manaus-Amazônia Central. Manaus: Editora Inpa, 2013.
MUSA MUSEU DA AMAZÔNIA. Locomoção. 2015. Disponível em: http://museudaamazonia.org.br/pt/2015/12/11/locomocao-das-serpentes/ . Acesso em: 01 MAIO.2022.
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