top of page

COBRA, VÍBORA OU SERPENTE?

Texto: Bryan da Cunha Martins


Estes termos são conhecidos por todos, mas será que você sabe a diferença entre eles? Bom, muitos os utilizam como sendo sinônimos, o que não está de todo errado! Mas será que se referem aos mesmos animais? Fica ligado nessa “Herpetonews” e descubra!


Figura 1: Espécies listadas no texto e autoria.


As cobras


A palavra cobra, historicamente, é utilizada para se referir ao gênero Naja (figura 1.a). Entretanto, atualmente são consideradas cobras as espécies que abrem as costelas nucais, vulgo capelo. São representantes as serpentes do gênero Naja e a espécie Ophiophagus hannah (figura 1.b), a Cobra Rei (King Snake), que não ocorrem no Brasil, sendo nativas do continente asiático. Vale ressaltar que estes dois gêneros correspondem à animais peçonhentos.


No Brasil o termo foi empregado pelos portugueses que ao atracarem suas embarcações em terras Tupiniquins, deram de cara com animais similares às cobras asiáticas e, também, as chamaram de cobra, popularizando, assim, este termo no Brasil.


As víboras


Víbora é outro nome bastante comum no dicionário de muitas pessoas. Tratam-se das espécies da Família Viperidae, representadas no Brasil, pelos gêneros Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel) e Lachesis (surucucu), mostradas nas figuras 1.c, 1.d e 1.e, respectivamente.


São características desta família a presença de fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina do indivíduo que permite a percepção da temperatura por estes animais) e presas do tipo solenóglifa (especializada na inoculação da peçonha), estruturas marcadas pelo círculo vermelho nas figuras 1.f e 1.g, respectivamente.


As serpentes


Serpente é o nome mais genérico para se referir a estes animais, pois tanto as cobras quanto as víboras são serpentes! Entretanto, cobras e víboras são serpentes peçonhentas, enquanto que o termo “serpentes” também se refere às espécies que não possuem peçonha, como por exemplo, a Jiboia (Boa constrictor), (figura 1.h). As serpentes estão inclusas em um grupo que conhecemos como “répteis” e todos os animais deste grupo possuem escamas e são ectotérmicos (“sangue frio”). Cobras e víboras possuem todas estas características, o que nos permite chama-las, também de serpentes!


Recapitulando: Toda cobra e víbora são serpentes, mas nem toda serpente é cobra ou víbora! Acho que agora deu para entender, né!?



REFERÊNCIAS


ROMANO-HOGE, S.A.R.W.L. Principais serpentes de interesse médico. Reconhecimento.

Distribuição geográfica no continente americano. In: SOERENSEN, B. Animais

Peçonhentos. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990. 138p.


FONSECA, F. Animais Peçonhentos. São Paulo: Instituto Butantan, 1949. 127p.


POUGH, F.H; HEISER, J. B; MCFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. São Paulo, Atheneu, 1993.


Jorge MT, Ribeiro LA. Acidentes por serpentes peçonhentas do Brasil. Rev. Ass. Med. Brasil 36: 66-77, 1990.

12.155 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page